Toyotismo, ou acumulação flexível,
é um modo de produção que sucedeu o Fordismo a partir da
década de 1970. Esse modelo industrial foi aplicado inicialmente no Japão em
virtude das limitações territoriais existentes nesse país, que é extremamente
dependente da importação de matérias-primas e dispõe de pouco espaço para
armazenar os seus produtos.
O Toyotismo é caracterizado por romper com o padrão
fordista de produção em massa, que se destacava pela estocagem máxima de matérias-primas
e de produtos maquinofaturados. Com esse novo modo de produção, a fabricação
passou a não prezar mais pela quantidade, mas pela eficiência: produz-se dentro
dos padrões para atender ao mercado consumidor, ou seja, a produção
varia de acordo com a demanda.
Com isso, foi implantado o sistema just-in-time (em
tradução literal: “em cima da hora”). Nesse sistema, a importação das
matérias-primas e a fabricação do produto acontecem de forma combinada com os
pedidos dos consumidores, com prazo de entrega a ser cumprido. Dessa forma, a
oferta de produtos nunca será maior do que a demanda, o que acarreta na
diminuição dos produtos em estoque e dos riscos da queda de lucros dos
investidores.
À medida que a implantação do sistema toyotista foi
se ampliando no mundo do mercado industrial, mais notória foi a
desregulamentação das condições e dos direitos trabalhistas. Ao contrário do
fordismo, em que um trabalhador realizava somente uma única função, agora um
mesmo trabalhador é responsável por funções diversas, executando-as conforme as
necessidades da empresa. Em razão dessa flexibilidade, o toyotismo passou a ser
chamado também de acumulação flexível.
Além disso, observou-se um aumento das
terceirizações no processo de produção, pois se tornou mais barato pagar outra
empresa para fazer um determinado serviço do que uma única corporação comandar
todo o processo produtivo. Isso ampliou o aumento do desemprego e da formação
do exército de reserva de trabalhadores, proporcionando a diminuição média dos
salários e o aumento da precarização do trabalho.
Fonte: Brasil Escola.
Capital,
Trabalho e Alienação, segundo Karl Marx
De acordo com Marx, capital e trabalho apresentam
um movimento constituído de três momentos fundamentais:
Primeiro, “a unidade imediata e mediata de ambos”;
significa que num primeiro momento estão unidos, separam-se depois e tornam-se
estranhos um ao outro, mas sustentando-se reciprocamente e promovendo-se um ao
outro como condições positivas;
Em segundo lugar, “a oposição de ambos”, já que se
excluem reciprocamente e o operário conhece o capitalista como a negação da sua
existência e vice-versa;
Em terceiro e último lugar, “a oposição de cada um
contra si mesmo”, já que o capital é simultaneamente ele próprio e o seu oposto
contraditório, sendo trabalho (acumulado); e o trabalho, por sua vez, é ele
próprio e o seu oposto contraditório, sendo mercadoria, isto é, capital.
Já a alienação ou estranhamento é
descrita por Marx sob quatro aspectos:
1. O trabalhador é estranho ao
produto de sua atividade, que pertence a outro. Isto tem como consequência que
o produto se consolida, perante o trabalhador, como um “poder independente”, e
que, “quanto mais o operário se esgota no trabalho, tanto mais poderoso se
torna o mundo estranho, objetivo, que ele cria perante si, mais ele se torna
pobre e menos o mundo interior lhe pertence”;
2. A alienação do trabalhador
relativamente ao produto da sua atividade surge, ao mesmo tempo, vista do lado
da atividade do trabalhador, como alienação da atividade produtiva. Esta deixa
de ser uma manifestação essencial do homem, para ser um “trabalho forçado”, não
voluntário, mas determinado pela necessidade externa. Por isso, o trabalho
deixa de ser a “satisfação de uma necessidade, mas apenas um meio para
satisfazer necessidades externas a ele”. O trabalho não é uma feliz confirmação
de si e desenvolvimento de uma livre energia física e espiritual, mas antes
sacrifício de si e mortificação. A consequência é uma profunda degeneração dos
modos do comportamento humano;
3. Com a alienação da atividade
produtiva, o trabalhador aliena-se também do gênero humano. A perversão que
separa as funções animais do resto da atividade humana e faz delas a finalidade
da vida, implica a perda completa da humanidade. A livre atividade consciente é
o caráter específico do homem; a vida produtiva é vida “genérica”. Mas a
própria vida surge no trabalho alienado apenas como meio de vida. Além disso, a
vantagem do homem sobre o animal – isto é, o fato de o homem poder fazer de
toda natureza extra-humana o seu “corpo inorgânico” – transforma-se, devido a
esta alienação, numa desvantagem, uma vez que escapa cada vez mais ao homem, ao
operário, o seu “corpo inorgânico”, quer como alimento do trabalho, quer como
alimento imediato, físico;
4. A consequência imediata desta
alienação do trabalhador da vida genérica, da humanidade, é a alienação do
homem pelo homem. “Em geral, a proposição de que o homem se tornou estranho ao
seu ser, enquanto pertencente a um gênero, significa que um homem permaneceu
estranho a outro homem e que, igualmente, cada um deles se tornou estranho ao
ser do homem”. Esta alienação recíproca dos homens tem a manifestação mais
tangível na relação operário-capitalista.
É dessa forma, portanto, que se relacionam capital,
trabalho e alienação, promovendo a coisificação ou reificação do mundo, isto é,
tornando-o objetivo, sendo que suas regras devem ser seguidas passivamente
pelos seus componentes. A tomada de consciência de classe e a revolução são as
únicas formas para a transformação social.
Fonte: Brasil
Escola.
ESTUDO DIRIGIDO
1. Como surgiu o
Toyotismo?
2. Como se caracteriza seu processo de trabalho?
3. Analise a condição do
trabalhador nesse modelo. Que consequências você imagina que ela tenha para o
próprio trabalhador e para a classe trabalhadora como um todo?
4. Quais os possíveis
efeitos da terceirização do trabalho para os trabalhadores?
5. Quais as consequências
da dispersão geográfica das indústrias para a classe trabalhadora?
6. Considerando a análise
dos dois textos, o grupo deve criar um modelo produtivo explicitando suas
principais características no âmbito tecnológico, econômico e social.
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